sexta-feira, 27 de novembro de 2009
Tudo na mais perfeita ordem, tudo na mais santa paz...
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
Clarice para um dia de chuva...
"O coração tem que se apresentar diante do Nada sozinho e sozinho bater em silêncio de uma taquicardia nas trevas.Só se sente nos ouvidos o próprio coração. Quando este se apresenta todo nú, nem é comunicação, é submissão. Pois nós não fomos feitos senão para o pequeno silêncio, não para o silêncio astral."
..."é só quando esquecemos todos os nossos conhecimentos é que começamos a saber."
" A mais premente necessidade de um ser humano era tornar-se um ser humano."
"Por mais intransmissível que fossem os humanos, eles sempre tentavam se comunicar através de gestos, de gaguejos, de palavras mal ditas e malditas."
"A salvação é pelo risco, sem o qual a vida não vale a pena"
"E era bom.' Não entender ' era tão vasto que ultrapassava qualquer entender - entender era sempre limitado. Mas não entender não tinha fronteiras e levara ao infinito, ao Deus. Não era um não-entender como um simples de espírito. O bom era ter uma inteligência e não entender. Era uma benção estranha como a de ter loucura sem ser doida. Era um desinteresse manso em relação às coisas ditas do intelecto, uma doçura de estupidez."
"Lóri, disse Ulisses, e de repente pareceu grave embora falasse tranqüilo, Lóri: uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra para a frente. Foi o apesar de que me deu uma angústia que insatisfeita foi a criadora de minha própria vida. Foi apesar de que parei na rua e fiquei olhando para você enquanto você esperava um táxi. E desde logo desejando você, esse teu corpo que nem sequer é bonito, mas é o corpo que eu quero. Mas quero inteira, com a alma também. Por isso, não faz mal que você não venha, espararei quanto tempo for preciso."
"(...) Sobretudo, pensou ainda, compreende a vida porque não é suficientemente inteligente para não compreendê-la (...)"
"Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompreensões é que se ama verdadeiramente. Porque eu, só por ter tido carinho, pensei que amar é fácil."
"Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento..."
"eu quero morrer com vida"
"Estou a um quase passo de admitir que a vida que levo é um pretexto para ofuscar a vida que não gostaria de ter. Vida como desculpa por existir. E o incrível é que eu não dou o passo. Fico tão imóvel que estar parada é o meu maior movimento. O mais violento. E não consigo sair exatamente daquele lugar onde todas as sensações ocorrem, justamente por estar tão grudada em mim é onde mais dói: na pele. "
"Um coração insensato, que comanda o racional sendo louco o suficiente para se apaixonar. Um furioso suicida que vive procurando relações e emoções verdadeiras(...), um velho coração que convence seu usuário a publicar segredos e a ter a petulância de se aventurar como poeta."
"Não pense que a pessoa tem tanta força assim a ponto de levar qualquer espécie de vida e continuar a mesma. Até cortar os defeitos pode ser perigoso - nunca se sabe qual o defeito que sustenta nosso edifício inteiro... Do momento em que me resignei, perdi toda a vivacidade e todo interesse pelas coisas. Você já viu como um touro castrado se transforma em boi. Ouça: respeite mesmo o que é ruim em você - respeite sobretudo o que imagina que é ruim em você - não copie uma pessoa ideal, copie você mesma - é esse seu único meio de viver. Juro por Deus que, se houvesse um céu, uma pessoa que se sacrificou por covardia ia ser punida e iria para um inferno qualquer. Se é que uma vida morna não é ser punida por essa mesma mornidão."
"Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é possível fazer sentido. Eu não: quero é uma verdade inventada"
"... E se você me achar esquisita, respeite também. Até eu fui obrigada a me respeitar."
"Eu ainda não sei controlar meu ódio mas já sei que meu ódio é um amor irrealizado, meu ódio é uma vida ainda nunca vivida. Pois vivi tudo - menos a vida. E é isso o que não perdôo em mim, e como não suporto não me perdoar, então não perdôo aos outros. A este ponto cheguei: como não consegui a vida, quero matá-la. A minha cólera - que é ela senão reivindicação? - a minha cólera, eu sei, eu tenho que saber neste minuto raro de escolha, a minha cólera é o reverso de meu amor; se eu quiser escolher finalmente me entregar sem orgulho à doçura do mundo, então chamarei minha ira de amor."
"Me deram um nome e me alienaram de mim."
"(...) perder-se também é caminho."
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
Combate à Fome
1 em cada 6 pessoas do mundo passam fome todos os dias. Com a crise econômica global a situação só se agravou
Em poucos dias governantes irão se encontrar naCúpula sobre Alimentação em Roma. Porém, a França, Alemanha, Reino Unido, Itália e Japão estão voltando atrás nos USD$20 bilhões prometidos no começo do ano para combate à fome.
Milhões de vidas dependem deste financiamento, por isto não podemos deixar eles esquecerem a sua promessa.Assine a petição abaixo, ela será divulgada em umaação espetacular no Coliseu em Roma na véspera da Cúpula:
http://www.avaaz.org/po/world_
Há alimento suficiente para todos nós. Porém o número de pessoas sofrendo de fome crônica atingiu o record de1 bilhão este ano.
Centenas de bilhões foram gastos por governos ricos para salvarem bancos, mas mesmo assim o G8 quer reduzir os USD$20 bilhões que seriam investidos na agricultura em países pobres para somente USD$3 bilhões. Isto é um escândalo, considerando os milhões que passam fome no mundo.
A Cúpula de Roma é a nossa melhor oportunidade para pressionar estes países a promoverem a produção de alimentos em pequena escala. Pesquisas mostram que aagricultura intensiva não é eficaz em combater a fome e que tem um alto impacto ambiental.
Nós estamos nos unindo ao grupo anti-pobreza Action Aid e redes de pequenos agricultores para pressionar os governos do G8. Assine a petição para a Cúpula de Roma – cada assinatura será representada na ação no Coliseu:
http://www.avaaz.org/po/world_
A crise econônica e as mudanças climáticas estão afetando mais duramente os mais pobres. Em momentos como este precisamos manter a união e mostrar que nos preocupamos com aqueles que mais precisam. Assine a petição abaixo:
http://www.avaaz.org/po/world_
Com esperança,
Luis, Alice, Benjamin, Graziela, Ricken, Pascal, Iain, Paula, Paul, Veronique e toda a equipe Avaaz
Leia mais:
Apóie a campanha contra a fome da Action Aid no Brasil. A Câmara dos Deputados só precisa de uma votação favorável para fazer da alimentação um direito ao alcance de todos os brasileiros. Assine agora a carta aos parlamentares exigindo a aprovação do direito à alimentação na Constituição:
http://www.
Saiba mais sobre a Action Aid:
http://www.actionaid.org.br/
Preço dos alimentos ainda castiga países pobres, diz FAO:
http://www.google.com/
Uma grave insegurança alimentar afeta 31 países, alerta a FAO:
http://www.google.com/
Começa em Roma Fórum Paralelo ao da FAO sobre Segurança Alimentar:
http://www.ansa.it/
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
os gatos e suas personalidades...
terça-feira, 10 de novembro de 2009
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
E chega a tal da segunda-feira...
Aprendemos a diferença subtil
Entre segurar uma mão
E acorrentar uma alma,
E aprendemos
Que o amor não significa deitar-se
E uma companhia não significa segurança
E começamos a aprender...
Que os beijos não são contratos
E os presentes não são promessas
E começamos a aceitar as derrotas
De cabeca levantada e os olhos abertos
Aprendemos a construir
Todos os seus caminhos de hoje,
Porque a terra amanhã
É demasiado incerta para planos...
E os futuros têm um forma de ficarem
Pela metade.
E depois de um tempo
Aprendemos que se for demasiado,
Até um calorzinho do sol queima.
Assim plantamos nosso próprio jardim
E decoramos nossa própria alma,
Em vez de esperarmos que alguém nos traga flores.
E aprendemos que realmente podemos aguentar,
Que somos realmente fortes,
Que valemos realmente a pena,
E aprendemos e aprendemos...
E em cada dia aprendemos.
Jorge Luis Borges
sábado, 7 de novembro de 2009
Quintanares (2)
correção de caso...
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
Mais indignação...
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
Três casos proximos/ Lei Maria da Penha... Até onde?
quarta-feira, 4 de novembro de 2009
Adeus ao Gran-Mestre Lévi-Strauss
Morre aos 100 anos o antropólogo Lévi-Strauss
Do UOL Notícias*
Em São Paulo
O etnólogo e antropólogo estruturalista belga Claude Lévi-Strauss morreu na noite de sábado para domingo (1º) aos 100 anos, de acordo com um porta-voz da Escola de Estudos Avançados em Ciências Sociais de Paris, na França. As informações são do jornal francês "Le Monde".
Nascido em Bruxelas, na Bélgica, Lévi-Strauss foi um dos grandes pensadores do século 20. Ele, que completaria 101 anos em 28 de novembro, tornou-se conhecido na França, onde seus estudos foram fundamentais para o desenvolvimento da antropologia. Filho de um artista e membro de uma família judia francesa intelectual, estudou na Universidade de Paris.
De início, cursou leis e filosofia, mas descobriu na etnologia sua verdadeira paixão. No Brasil, lecionou sociologia na recém-fundada Universidade de São Paulo, de 1935 a 1939, e fez várias expedições ao Brasil central. É o registro dessas viagens, publicado no livro "Tristes Trópicos" (1955) que lhe trará a fama. Nessa obra ele conta como sua vocação de antropólogo nasceu durante as viagens ao interior do Brasil.
Exilado nos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), foi professor nesse país nos anos 1950. Na França, continuou sua carreira acadêmica, fazendo parte do círculo intelectual de Jean Paul Sartre (1905-1980), e assumiu, em 1959, o departamento de Antropologia Social no College de France, onde ficou até se aposentar, em 1982.
O estudioso jamais aceitou a visão histórica da civilização ocidental como privilegiada e única. Sempre enfatizou que a mente selvagem é igual à civilizada. Sua crença de que as características humanas são as mesmas em toda parte surgiu nas incontáveis viagens que fez ao Brasil e nas visitas a tribos de indígenas das Américas do Sul e do Norte.
O antropólogo passou mais da metade de sua vida estudando o comportamento dos índios americanos. O método usado por ele para estudar a organização social dessas tribos chama-se estruturalismo. "Estruturalismo", diz Lévi-Strauss, "é a procura por harmonias inovadoras".
Suas pesquisas, iniciadas a partir de premissas linguísticas, deram à ciência contemporânea a teoria de como a mente humana trabalha. O indivíduo passa do estado natural ao cultural enquanto usa a linguagem, aprende a cozinhar, produz objetos etc. Nessa passagem, o homem obedece a leis que ele não criou: elas pertencem a um mecanismo do cérebro. Escreveu, em "O Pensamento Selvagem", que a língua é uma razão que tem suas razões - e estas são desconhecidas pelo ser humano.
Lévi-Strauss não via o ser humano como um habitante privilegiado do universo, mas como uma espécie passageira que deixará apenas alguns traços de sua existência quando estiver extinta.
Membro da Academia de Ciências Francesa (1973), integrou também muitas academias científicas, em especial européias e norte-americanas. Também é doutor honoris causa das universidades de Bruxelas, Oxford, Chicago, Stirling, Upsala, Montréal, México, Québec, Zaïre, Visva Bharati, Yale, Harvard, Johns Hopkins e Columbia, entre outras.
Aos 97 anos, em 2005, recebeu o 17o Prêmio Internacional Catalunha, na Espanha. Declarou na ocasião: "Fico emocionado porque estou na idade em que não se recebem nem se dão prêmios, pois sou muito velho para fazer parte de um corpo de jurados. Meu único desejo é um pouco mais de respeito para o mundo, que começou sem o ser humano e vai terminar sem ele - isso é algo que sempre deveríamos ter presente".
Selecionei uma citação, um trecho que me marcou muito, da grande obra prima, literatura antropológica com ênfase poética, Tristes Trópicos:
"As arestas vão se arredondando, pedaços inteiros desabam; os tempos e os lugares se chocam, se justapõem ou se invertem, como os sedimentos deslocados pelos tremores de uma crosta envelhecida. Determinado pormenor, ínfimo e antigo, prorrompe como um pico, enquanto camadas inteiras de meu passado afundam sem deixar rastro". (Claude Lévi-Strauss, Tristes Trópicos)