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quarta-feira, 19 de maio de 2010

Vergonha


Em 17 de abril de 1996, há 14 anos e dois dias atrás, nosso país presenciou mais um, entre tantos, episódios de violência e intolerância contra aqueles que lutam, contra a população menos favorecida economicamente. Infelizmente, essa intlorância continua e a tentativa de criminalizar os movimentos sociais é o rostoda intolerância e a violência. Aqueles que deveriam proteger todos os cidadãos, "protegem" apenas uma pequena minoria que detém o capital econômico, passando por cima da imensa maioria que sofre e luta para tentar conquistar seus direitos mínimos de cidadania, garantidos pela CF 88 e por inúmeros tratados internacionais, mas não cumpridos, por irem contra os interesses econômicos daquela mesma minoria. Para que não seja esquecido:

1996 - Crime e impunidade no Pará
17/04/2008 - 06:00 | Enviado por: Lucyanne Mano



O país das chacinas de Carandiru (1992), Candelária (1993), Vigário Geral (1993), e Corumbiara (1995), viu-se diante de um novo massacre. Determinados a desobstruir a rodovia PA-150, que liga Belém ao sul do Pará, ocupada por um manifesto dos sem-terra em Eldorado dos Carajás, a 650 km da capital do estado, cerca de 150 policiais militares, liderados pelo coronel Pantoja de Oliveira, mataram 19 pessoas, em 20 minutos de ação.

Trabalhadores rurais protestavam contra o atraso na desapropriação de terras para fins de reforma agrária, quando foram surpreendidos pelo cerco policial. Um grupo veio pelo lado de Marabá e outro pelo lado de Parauapebas. Segundo testemunhas, policiais teriam chegado atirando, dando início ao confronto. A versão policial alegou que a operação começou com bombas de efeito moral, e somente após serem rechaçados com armas de fogo os militares responderam disparando contra os manifestantes. A tentativa fracassada de resistir à investida policial, deu lugar à barbárie com sucessivas execuções.

Tiros na testa e marcas de pólvora no rosto indicavam que as mortes foram à queima-roupa. Entre os mortos havia uma criança de três anos. Pelo menos 50 pessoas foram feridas. Nenhum policial.

Na noite do massacre o governador do Pará, Almir Gabriel, afastou o coronel Pantoja. O ministro da Agricultura, Andrade Vieira, pediu demissão da pasta. Na semana seguinte, o Governo Federal confirmou a criação do Ministério da Reforma Agrária. Foi indicado Raul Jungmann, então presidente do Instituto Brasileiro de Agricultura e Meio Ambiente, para o cargo de ministro.

Passados doze anos do Massacre de Eldorado dos Carajás, o crime continua impune.

Um território de tensão e insegurança
Os impasses sobre a questão da reforma agrária na região se mantém até os dias de hoje. Parauapebas, vizinha a Eldorado dos Carajás, vive clima de insegurança e tensão. Garimpeiros e integrantes do Movimento dos Sem-Terra estão de prontidão em acampamentos, e ameaçam invadir a Estrada de Ferro Carajás, usada pela Vale para transportar minério de ferro, combustíveis e passageiros.

Eles marcaram para hoje uma manifestação em protesto em memória às vítimas do Massacre de Eldorado do Carajás. O governo do Pará direcionou 500 policiais para garantir a ordem no local.

Fonte:http://www.jblog.com.br/hojenahistoria.php?catid=186&blogid=57&archive=2008-04

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