queridos pet's

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quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Sobre o debate

O debate para governador, de ontem, na RBS, foi muito bom. Lasier Martins ficou quietinho, sendo só o mediador. Eram 7 candidatos, 6 unidos contra Yeda. A cobra venenosa colheu o que plantou; foi atacada e rechaçada de todos os lados, encurralada.
Os 6 foram muito bem; avaliando pelo debate, não seria mal negócio votar em: Medina(44), Schneider (33), Montserrat (43), Pedro Ruas (50), Tarso Genro (13); o Fogaça (15) a gente sabe o que é, tem que ficar com pé atrás, mas foi bem no debate também. Gostei muito da postura e ideias de Monteserrat, do PV. Mas eu vou de Tarso (13) por compatibilidade política, porém gostaria que Montserrat participasse do governo; quem sabe. Agora Yeda (45) NÃO!!!, é a única vetada, proibida. Pra votar nela tem que ser muito tapado, desinformado, corrupto ou burro!









terça-feira, 28 de setembro de 2010

Sobre os pequenos (e essenciais) gestos...



Ontem pela manhã, quando ia de ônibus (Auto Viação Estrela), às 7h da manhã, para a escola onde leciono, vi um gesto comovente e extremamente significativo. O ônibus seguia seu trajeto normal, até que, repentinamente, o motorista pára o veículo num local não habitual, em frente ao gramado do Corpo de Bombeiros. Ele desce do ônibus e penso: "Que será que aconteceu"? Delicadamente o motorista pega, um por um, dois filhotes de Quero-Quero, que estavam no meio da estrada e os coloca no gramado, bem pro meio, longe da estrada, sobre gritos de três aves adultas (que gritavam mas não atacavam, como é comum nestas aves; talvez gritavam por gratidão). A atenção deste motorista, o respeito a estes frágeis animais, o respeito à vida e à preservação, é uma atitude rara hoje em dia, que deve ser repassada e aplaudida de pé. Quantos motoristas parariam? Já vi gente dizendo que mira os cachorros, que gosta de atropela-los. É triste, mas pequenos e importantíssimos gestos como desse motorista de ônibus, fazem a gente ter esperança. Por coincidência, um dos temas que eu levava para a aula de sociologia do segundo ano, ontem, era o desenvolvimento sustentável, e pude narrar a história para os alunos, que por sua vez, ficaram surpresos e encantados com o gesto deste admirável homem. É assim que se faz, passar o que deve ser feito, narrar, aprender, fazer...

sábado, 25 de setembro de 2010

sobre fotografia

Um trechinho que reli agora a pouco e me deu vontade de trazer aqui... É da minha dissertação de mestrado. Digo assim:

"(...) a fotografia, além de revelar uma forma de ver o mundo, passa a ser, também, uma maneira de estar no mundo, de registrar a passagem do tempo e todas as modificações que isto implica no meio e na vida do sujeito que vive este tempo, de preservar aquilo que parece estar se perdendo, de parar a fluidez das coisas, por um breve momento, ou mesmo de mostrar e criticar essas mudanças, muitas vezes, indesejáveis"


(fonte: velhochico.net)


(Fonte: azideias.net)


(Fonte: anderssauro.com)


(Fonte: cidadesaopaulo.olx.com.br)


(fonte: infomidiaufrgs.blogspot.com)


(Fonte:acervotambor.blogspot.com)


(Fonte: museudantu.org.br)


(fonte: www2.portoalegre.rs.gov.br)

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Site interessante

Este site contém os gastos e relação de bens, além do pouco do histórico, de vários canditados a cargos públicos que tem ou já tiveram cargo público. É interessante acessar e dar a ele ampla divulgação:
http://www.excelencias.org.br/@resumo_candidatos.php?uf=RS

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Quintares (5)... Anjo e Poeta

Do Caderno H

Mário Quintana


A Arte de Ler
O leitor que mais admiro é aquele que não chegou até a presente linha. Neste momento já interrompeu a leitura e está continuando a viagem por conta própria.

A Carta
Quando completei quinze anos, meu compenetrado padrinho me escreveu uma carta muito, muito séria: tinha até ponto-e-vírgula! Nunca fiquei tão impressionado na minha vida.

A Coisa
A gente pensa uma coisa, acaba escrevendo outra e o leitor entende uma terceira coisa... e, enquanto se passa tudo isso, a coisa propriamente dita começa a desconfiar que não foi propriamente dita.

As Indagações
A resposta certa, não importa nada: o essencial é que as perguntas estejam certas.

A Voz
Ser poeta não é dizer grandes coisas, mas ter uma voz reconhecível dentre todas as outras.

Ars Longa
Um poema só termina por acidente de publicação ou de morte do autor.

Arte Poética
Esquece todos os poemas que fizeste. Que cada poema seja o número um.

Biografia
Era um grande nome — ora que dúvida! Uma verdadeira glória. Um dia adoeceu, morreu, virou rua... E continuaram a pisar em cima dele.

Cartaz para uma feira do livro
Os verdadeiros analfabetos são os que aprenderam a ler e não lêem.

Citação
De um autor inglês do saudoso século XIX: "O verdadeiro gentleman compra sempre três exemplares de cada livro: um para ler, outro para guardar na estante e o último para dar de presente."

Citação 2
E melhor se poderia dizer dos poetas o que disse dos ventos Machado de Assis: "A dispersão não lhes tira a unidade, nem a inquietude a constância."

Contradições
... mas o que eles não sabem levar em conta é que o poeta é uma criatura essencialmente dramática, isto é, contraditória, isto é, verdadeira.
E por isso, é que o bom de escrever teatro é que se pode dizer, como toda a sinceridade, as coisas mais opostas.
Sim, um autor que nunca se contradiz deve estar mentindo.

Cuidado
A poesia não se entrega a quem a define.

Das Escolas
Pertencer a uma escola poética é o mesmo que ser condenado à prisão perpétua.

Destino Atroz
Um poeta sofre três vezes: primeiro quando ele os sente, depois quando ele os escreve e, por último, quando declamam os seus versos.

Do Estilo
O estilo é uma dificuldade de expressão.

Dos Leitores
Há leitores que acham bom o que a gente escreve. Há outros que sempre acham que poderia ser melhor. Mas, na verdade, até hoje não pude saber qual das duas espécies irrita mais.

Dos Livros
Há duas espécies de livros: uns que os leitores esgotam, outros que esgotam os leitores.

Dupla Delícia
O livro traz a vantagem de a gente poder estar só e ao mesmo tempo acompanhado.

Educação
O mais difícil, mesmo, é a arte de desler.

Fatalidade
O que mais enfurece o vento são esses poetas invertebrados que o fazem rimar com lamento.

Feira de Livro
O que os poetas escrevem agrada ao espírito, embeleza a cútis e prolonga a existência.

Leitura
Se é proibido escrever nos monumentos, também deveria haver uma lei que proibisse escrever sobre Shakespeare e Camões.

Leitura 2
Livro bom, mesmo, é aquele de que às vezes interrompemos a leitura para seguir — até onde? — uma entrelinha... Leitura interrompida? Não. Esta é a verdadeira leitura continuada.

Leituras
— Você ainda não leu O Significado do Significado? Não? Assim você nunca fica em dia.
— Mas eu estou só esperando que apareça. O Significado do Significado do Significado.

Leituras 2
Não, não te recomendo a leitura de Joaquim Manuel de Macedo ou de José de Alencar . Que idéia foi essa do teu professor?
Para que havias tu de os ler, se tua avozinha já os leu? E todas as lágrimas que ela chorou, quando era moça como tu, pelos amores de Ceci e da Moreninha, ficaram fazendo parte do teu ser, para sempre.
Como vês, minha filha, a hereditariedade nos poupa muito trabalho.

Lógica & Linguagem
Alguém já se lembrou de fazer um estudo sobre a estatística dos provérbios? Este, por exemplo: "Quem cospe para o céu, na cara lhe cai". Tal desarranjo sintático faria a antiga análise lógica perder de súbito a razão.

O Assunto
E nunca me perguntes o assunto de um poema: um poema sempre fala de outra coisa.

O Poema
O poema essa estranha máscara mais verdadeira do que a própria face.

O Trágico Dilema
Quando alguém pergunta a um autor o que este quis dizer, é porque um dos dois é burro.

Palavra Escrita
Por vezes, quando estou escrevendo este cadernos, tenho um medo idiota de que saiam póstumos. Mas haverá coisa escrita que não seja póstuma? Tudo que sai impresso é epitáfio.

Poema
Mas por que datar um poema? Os poetas que põem datas nos seus poemas me lembram essas galinhas que carimbam os ovos...

Poesia & Lenço
E essa que enxugam as lágrimas em nossos poemas com defluxos em lenços... Oh! tenham paciência, velhinhas... A poesia não é uma coisa idiota: a poesia é uma coisa louca!

Poesia & Peito
Qual Ioga, qual nada! A melhor ginástica respiratória que existe é a leitura, em voz alta, dos Lusíadas.

Refinamentos
Escrever o palavrão pelo palavrão é a modalidade atual da antiga arte pela arte.

Ressalva
Poesia não é a gente tentar em vão trepar pelas paredes, como se vê em tanto louco aí: poesia é trepar mesmo pelas paredes.

Sinônimos
Esses que pensam que existem sinônimos, desconfio que não sabem distinguir as diferentes nuanças de uma cor.

Sonho
Um poema que ao lê-lo, nem sentirias que ele já estivesse escrito, mas que fosse brotando, no mesmo instante, de teu próprio coração.

Tempo
Coisa que acaba de deixar a querida leitora um pouco mais velha ao chegar ao fim desta linha.

Veneração
Ah, esses livros que nos vêm às mãos, na Biblioteca Pública e que nos enchem os dedos de poeira. Não reclames, não. A poeira das bibliotecas é a verdadeira poeira dos séculos.

Vida
Só a poesia possui as coisas vivas. O resto é necropsia.

TALVEZ
Repara como o poeta humaniza as coisas: dá hesitações às folhas, anseios ao vento. Talvez seja assim que Deus dá alma aos homens.

ESTILO
Deficiência que faz com que um autor só consiga escrever como pode.

ESVAZIAMENTO
Cidade grande: dias sem pássaros, noites sem estrelas.

CONFUSÃO
Essas duas tresloucadas, a Saudade e a Esperança, vivem ambas na casa do Presente, quando deviam estar, é lógico, uma na casa do Passado e a outra na do Futuro. Quanto ao Presente - ah! - esse nunca está em casa.

Pensamentos extraídos do livro "Do Caderno H".

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Viagem ao Uruguai

Texto mais antiguinho (diário de bordo, ehehehe) que resolvi resgatar...


VIAGEM AO URUGUAY

Este texto ou crônica procurará relatar uma parte de minhas aventuras, reflexões, observações desta minha primeira viagem internacional, ao nosso país vizinho e “hermano” Uruguai, principalmente à cidade de Montevidéu, capital do país, em 2005, quando participei de um congresso de Antropologia. Será dividido em quatro partes, a primeira e a segunda falando sobre Montevidéu, a terceira sobre algumas reflexões sobre o que vi na viagem e por fim, sobre momentos cômicos da viagem e outras coisas bem pessoais. A quem tiver interesse de ler, boa leitura e CONHEÇAM MONTEVIDÉU.


Parte 1: As belezas de Montevidéu

Montevidéu é uma cidade grande, agitada, movimentada como costumam ser cidades deste porte. Fez lembrar muito a capital gaúcha, Porto Alegre. De dia um corre-corre, muito comércio. À noite a “Ciudad Vieja” muito movimentada com “pubs”, barzinhos e muita, muita gente procurando cerveja e diversão. Lembra muito a “Cidade Baixa” de POA. Outra semelhança é que a cidade porta prédios muito antigos. E isso também lembra nossa capital. Porém, Montevidéu comporta mais prédios antigos, mais conservados. Estes prédios chamam muita atenção, sendo realmente atração turística na cidade. Há também, um pedaço da muralha que cercava a cidade logo quando ela foi construída, e na Praça Independência, há o Portal que era a porta de entrada da cidade. E há também muitas praças, com estátuas e chafarizes e muito bem cuidadas também. E a “Cidade Velha” é cercada pelo Porto (el puerto) o que dá uma beleza única ao lugar. Há muitos lugares que resultam em belas imagens fotográficas.
Montevidéu nos dá um exemplo em conservação não apenas em relação às praças e prédios, mas também a natureza. É uma cidade muito arborizada, sendo que, todas as ruas do centro, menos algumas muito movimentadas e com muito comércio, tem as calçadas cobertas de árvores, formando belos túneis verdes. Outra coisa admirável é o potencial artístico da cidade. Teatro, música, dança, artes plásticas, tudo ao ar livre, ampliando o acesso ao patrimônio artístico para todos, indiferente de classes sociais. E muitas dessas atividades artísticas, praticadas em calçadas e praças, eram exercidas por jovens e crianças (como grupos de danças de escolas).
Um exemplo que o Uruguai nos dá é o desconto nas passagens intermunicipais, de 20% para estudantes e 50% para idosos, incentivando assim o turismo dentro do país. Eu e o Guilherme (para quem não conhece, foi meu companheiro de viajem e amigo há alguns anos) conseguimos este desconto viajando de Rivera para Montevidéu, mas não na volta, porque ele é oferecido apenas para estudantes uruguaios. Mas é um desconto que seria muito bem vindo aqui no Brasil. O governo bem que poderia negociar com as empresas de ônibus, ainda mais aqui, que as passagens são tão caras. Nós, estudantes universitários que moramos longe de casa, poderíamos, ao menos, visitar mais vezes nossas famílias.
Uma coisa que chama atenção à parte é a beleza dos homens Uruguaios (confesso que nas mulheres não prestei atenção). Os homens morenos com olhos esverdeados (e de outros tipos também) são por si só uma atração turística. Às vezes andava na rua muito distraída (já sou distraída naturalmente), não sabia para que lado olhar. Por causa disso, quase fui atropelada (algumas vezes). Estes homens tipo Gael García Bernal mexem com a cabeça e as fantasias de qualquer mulher (ou gay)...
Mas já pulando para outro assunto, em Montevidéu, outra atração são as “feirinhas”. A feirinha da “Ciudad Vieja”, vende antiguidades e artesanatos (lembra muito o Brique da Redenção, POA). Porém aí, as coisas são um pouco caras, mas é uma feira de antiguidades (coisas raras, até) ao ar livre. Porém, o que realmente chama a atenção é a feira dominical da Calle Tristan Navajo. É uma feira de quadras e quadras, ao longo de toda a rua e ocupando mais algumas que cruzam pela Tristan Navajo (algo realmente muito grande). Esta feira, visitada por diversas pessoas (mas, tive a impressão, principalmente por classes populares e turistas) vende de tudo que se possa imaginar. Roupas (novas e usadas), calçados, animais de estimação, galinhas vivas ou mortas, flores, antiguidades, artesanatos (de todos os tipos), verduras, ervas, flores, discos (vinil), cd’s, fitas de vídeo cassete, produtos de limpeza e de supermercado (massa, arroz, papel higiênico, sabonete), enfim, uma verdadeira miscelânea, uma variedade sem fim... “Se precisar de alguma coisa vai lá no meu armazém, lá tem de tudo quase tudo tem”... e os preços também são bem variados. É uma atração e também um lugar excelente para compras (eu não pude comprar nada pois aí meu dinheiro já tinha acabado).
Enfim, das coisas belas, turísticas e divertidas de Montevidéu, acho que é isso. Claro, olhando, há sempre mais e cada um tem uma capacidade investigativa para descobrir algo novo na cidade. Agora, vem o que não gostei...


Parte 2: Não existe o paraíso...

A comida em Montevidéu está longe de ser uma culinária deliciosa. Os restaurantes são marcados por fast-foods, como hambúrgueres e, principalmente, pizza. Os uruguaios devem ser maníacos por pizza, pois quase todos os restaurantes são pizzarias. E as pizzas são sempre quadradas. E mais, os preços variam de acordo com o recheio. Em Rivera, por exemplo, a mais barata era só a massa e o molho (só mesmo). Alguém já tinha ouvido falar em pizza sem queijo? Não existe comida em buffet como no Brasil, apenas lanches, e a comida mesmo é servida apenas em combinações não muito variadas, mas em quantidade exagerada. E, apesar de não poder ser considerada cara, a comida também não é das mais baratas. Bem, o preço é razoável, já a qualidade... cheguei no Brasil louca por uma salada! Apenas alguns dias no Uruguai são suficientes para engordar, com tanta gordura e comida pesada. Não sei como este país não tem uma população obesa... eles devem fazer algum tipo de exercício ou ter alguma “adaptação digestora” de gordura no estômago.
Outra coisa louca é o trânsito. Os motoristas parecem meio estressados. Ficam buzinando e reclamando, mesmo quando o carro que está a sua frente não pode andar mais rápido. Acho que pode ser por causa dessa má educação dos motoristas, que em Montevidéu há sinaleiras para motoristas, mas há também as sinaleiras para os pedestres. O que é meio complicado para os brasileiros, acostumados a atravessar a rua em qualquer lugar, mal olhando para os lados. Acho que os brasileiros correm mais riscos de atropelamento nesta cidade. Demoramos a aprender a olhar a sinaleira de pedestres (se é que aprendemos!).



Parte 3: Um país deserto e a pobreza escondida

Cidade turística, Montevidéu se apresenta muito bela e uma cidade rica ao primeiro olhar do visitante. Claro, vê-se alguns pedintes pelas ruas, mas nada que pareça alarmante. Porém, ao circular pela cidade, pode-se ver dois focos de pobreza gritante. Um deles, é logo ao entrar na cidade. Quando se chega de dia e se presta atenção, pode-se ver que a entrada da cidade é cercada por uma espécie de favela, pelo meio da qual percorre um córrego (mais precisamente, um grande esgoto), mal cheiroso. É nessa favela que a cidade esconde alguns de seus pobres aos olhos do turista.
Outro foco de pobreza é o Porto. Nele, e nas encostas de seus prédios e calçadas, encontram-se muitos mendigos dormindo ou conversando, bebendo, enfim, vivendo na rua, tendo ali a sua casa. Mais um ambiente hostil e escondido da beleza da cidade.
Montevidéu, de acordo com o Guilherme, concentra quase metade da população Uruguaia (e claro, onde a população aumenta, aumenta também a desigualdade). De Rivera a Montevidéu, cruza-se o país. E não há cidades. Apenas uma cidade e pequenos povoados. Mas mais de 80% do caminho, digamos, é coberto por campos e mais campos cercados (de acordo com o Guilherme, muitos desses campos pertencem a brasileiros, porque no Uruguai a terra é barata). O Uruguai assim parece um país deserto. E é revoltante porque a maioria destas terras possui apenas uma cerca. Não há plantações, e às vezes, há meia dúzia de gado pastando. Mas são terras e mais terras vazias, protegidas pelo símbolo da propriedade privada. E a América Latina padecendo na pobreza. Colonos sem terra, mendigos sem ter para onde ir, gente sem ter o que fazer para se sustentar, as cidades superlotadas e um país deserto, não cultivado, cercado por proprietários, interessados apenas em acumular terras. Este exagero de campos vazios (porém, um pouco, mas não muito, mais cultivados) pude ver no Brasil, entre Santa Maria e Santana do Livramento. Estes campos fizeram com que eu refletisse mais uma vez da necessidade, e até mesmo da urgência, de uma reforma agrária e também de uma reforma social, pois não adianta dar terra para quem não sabe plantar, ou não dar os insumos, não dar educação e saúde. É necessário um (re) planejamento, uma (re) ocupação, uma (re) distribuição do espaço, tanto urbano quanto rural.
É sempre importante, quando viajamos, não guardar apenas o belo. Devemos refletir sobre os problemas de cada local, comparar com tudo que conhecemos, pensar se há solução... sei lá, não podemos ficar parados. Mesmo quando, ativamente, não podemos fazer nada, devemos pensar os problemas, ter consciência que o mundo não é feito apenas de belas fotografias.


Parte 4: Contando ninguém acredita...

Esta, acredito eu, seja a parte mais engraçada da história. É onde relato coisas que aconteceram comigo. Coisas inusitadas, coisas que deram errado... enfim, todas aquelas coisas que a gente ri muito. Que, se não dá para rir na hora, a gente acaba rindo muito depois. Mas vamos pela ordem dos fatos.
Para começar, uma viagem num ônibus pinga-pinga de Santa Maria à Livramento, com direito a muitas pessoas em pé e criança vomitando perto de nós. O banheiro parecia uma sauna. E o dia estava muito quente.
Chegando em Livramento, as casas de câmbios fechadas e nós só com reais. Mas avistamos uma aberta e fomos logo trocar nosso dinheiro. Chegamos em Livramento seis e pouco da tarde. Nosso ônibus para Montevidéu era só a meia noite e meia. Tínhamos muito para esperar e tínhamos que gastar o menos possível. Eu estava com pouco dinheiro. Pretendia pegar mais em Montevidéu. Imaginei que lá teria Banco do Brasil.
Primeiro, fomos a uma fiambreria, compramos umas rodelas de salame e sentamos na praça internacional para comer. Nem sei porque, mas as pessoas nos olhavam com estranheza. Talvez não seja muito comum duas pessoas sentadas na praça comendo rodelas de salame no cair da noite. Depois, resolvemos caminhar um pouco mais: os free-shoppings estavam todos fechando. Sentamos numa confeitaria / lancheria para tomar uma cerveja (Norteña, recomendo!) de litro que teve que durar muito tempo... depois pedimos uma pizza (foi aí que soubemos que a pizza comum era só a massa e o molho). Pedimos uma um pouco mais incrementada e dividimos. Ficamos nos enrolando esperando o tempo passar. E não passava. Começamos a contar nosso dinheiro para pagar a conta, tentando juntar o que tínhamos em reais, inclusive as moedinhas. Acredito que foram as moedinhas que chamaram a atenção de um senhor que estava ao nosso lado, Eugênio, nosso anjo da guarda naquele dia. Ele se levantou, venho até nós e nos deu 20 reais para pagarmos a conta. Disse que era de Santa Maria e viu que nós éramos estudantes de lá (graças à camiseta do Gui) e que sabia como a vida de estudante era difícil, etc. Só felicidades! Bem, fomos sentar com o senhor Eugênio. Ele nos pagou várias cervejas e quando o Guilherme ia pagar nossa conta com os 20 reais, ele disse que era para a gente guardar o dinheiro, que ele ia pagar tudo. E mais, disse que se quiséssemos pedir mais alguma coisa para comer, podíamos ficar a vontade. Resolvemos não abusar da sorte. De qualquer forma, ele nos pagou a pizza, as cervejas e ainda nos deu 20 reais. Nos despedimos e fomos para a rodoviária, ainda meio sem acreditar.
Bem, os bancos de nosso ônibus pareciam camas e ainda havíamos conseguido o desconto de 20%. Tudo perfeito! Alguma coisa teria que dar errado.
Em Montevidéu fomos procurar um hotel barato que o motorista do ônibus nos havia indicado. Mas estava lotado. Caminhamos quadras e mais quadras e eu cheia de malas, atrás de um hotel. E nada. Resolvemos então seguir em direção ao evento. Foi quando maravilhosamente e muito cansados avistamos um hotel. Incrível, bom, barato e bem localizado. Hotel Platino (Calle Mercedez, próximo a Magallanes, se um dia alguém precisar). Deixamos as malas no hotel ,só poderíamos entrar as 10 e a recém eram 7 horas. Nem é preciso dizer que estávamos fedendo. Estava muito quente. Caminhamos muito e com malas e estávamos a mais de um dia sem banho. Eu evitava ficar muito próxima às outras pessoas.
Bem, meio dia fui procurar o tal Banco do Brasil e advinha... não havia agências no Uruguai inteiro e para ajudar, descobri que meu cartão bancário só funcionava no Brasil, ou seja, não podia sacar dinheiro em bancos internacionais. Eu estava f... Bem, tive que ir numa casa de câmbio e trocar o dinheiro que havia guardado para voltar para Santa Maria (ainda bem que a passagem para Rivera, de volta, já estava comprada). Pensei: quando chegar em Livramento pego mais dinheiro. E aí tive que começar o racionamento. Já separei o dinheiro do hotel. Comia os lanches mais baratos (tinha um trailler que nas hamburguesas, vinha até couve-flor dentro, e o tio que fazia era tão relaxado que não usava luvas e sujou meu troco com maionese. Era tudo com a mão. Bem, este foi o último dia que comi ali), nunca pedia algo para beber. Bebia só água, que era de graça na RAM (reunião de antropologia do mercosul) e no hotel.
Às noites, não saia. Por três motivos: o pessoal de Santa Maria estava em outro hotel e como os celulares não funcionavam, não podíamos nos comunicar e se encontrar; outro é que como muitos de vocês sabem, não saía com o Guilherme porque temos, digamos, gostos diferentes e também porque eu não tinha dinheiro mesmo. Ou saía ou comia. Poxa, mas minhas noites foram bem divertidas. Caminhava, comia um lanche ou bolachinhas (uns biscoitos tipo oriental muito bons e bem baratos) e ficava no hotel olhando Pernalonga, Patolino, Tom e Jerry em espanhol. Não entendia muito, mas já conhecia os desenhos (olhando desde de criança, né). Também alguns desenhos novos que eu ficava tentando entender. E alguns filmes. Olhei de novo “Quatro Casamentos e um Funeral”, com legenda em espanhol (mas lendo eu consigo entender). Lindo este filme. É aquela coisa de nunca desista, de destino, das loucuras e confusões do amor... sei lá. Comédia romântica para alguns pode parecer banal ou tudo igual, mas eu adoro. Faz a gente sonhar. Por que não? Quem disse que a gente nunca pode encontrar esse tipo de amor? Eu já não acreditava, mas mudei de idéia. Resolvi que não vou desistir de tentar amar e o destino é tão surpreendente... Mas isso são coisas que não interessam, pelo menos não aqui.
Na sexta-feira, último dia da RAM, na festa de encerramento. Bem, estava muito divertido. Bebi quatro doses de “grapa com miel” que me deixaram bem tonta. O pessoal de Santa Maria foi embora e o Gui foi pra outro lugar. Fiquei lá, na festa, totalmente sozinha. E meio bêbada. Foi então que fiz amizade com duas meninas muito queridas, muito legais. Ana, de Montevidéu mesmo e Karina, da Argentina. Bebemos cerveja e fomos para um bar da Ciudad Vieja. Bem, até então tinha evitado o portunhol, mas como eu já estava meio alta, falei com elas só em portunhol, misturando um pouco de francês e inglês (strawberry). Não sei se estava me fazendo entender, mas a noite foi muito divertida. Esse é o bom de beber. Eu sou muito tímida, mas graças à “grapa com miel”, fiz duas novas amigas. Trocamos e-mails, claro.
O resto do fim de semana foi divertido. Sábado foi o dia para conhecer a cidade e tirar fotos. E neste dia comi um pouco mais e comprei uns postais. Resultado disso foi que me sobrou bem pouco para almoçar domingo. Mas tudo bem, eu e o Gui trocamos nossas passagens para meio dia de domingo (íamos ir à noite), então era só o almoço. Em Livramento eu teria dinheiro.
Domingo de manhã fomos na feirinha da Calle Tristan Navajo, da qual já falei. Resolvi comer o tal de “Pancho largo”, achando que era tipo um cachorro quente. Esse é outro problema em país estrangeiro. A gente não sabe o que significa as coisas (eu deixei de comer “chivitos”, “pollo” por não saber que era tipo xis e frango, respectivamente) e o pior é que tive azar porque nos restaurantes ou traillers onde fui, as pessoas que atendiam não tinham paciência para explicar e ainda ficavam bravos quando a gente não entendia. Então, deu no que deu. Mas voltando ao “Pancho largo”. Pedi um Pancho e a mulher me entregou um pão mínima coisa maior que uma bisnaga “Seven Boys”, com uma salsinha enorme no meio, com ketchup, mostarda e maionese. Nem um molhinho. Resultado: tive que comer dois (e ainda assim fiquei com fome). E o pior é que os dois saíram mais caro que um “chivitos” ou uma “hamburguesa”. Mas...
Na viagem de volta, um ônibus lindo, o super cama. No meio da viagem nos foi dado um alfajor e um copinho de coca-cola, o que pra mim foi um paraíso. Passou um filme chileno, chamado “Machuca”. Eu não entendia muito o que eles diziam (claro, era em espanhol e não tinha legendas), mas era sobre dois meninos, um rico e um pobre (o Machuca) e mais uma menina pobre e eles eram amigos. Mostrava toda a questão da pobreza, a luta entre nacionalistas e comunistas e a terrível ditadura chilena. Quero olhar de novo, com legendas. Parecia muito bom.
Enfim, chegamos a Rivera, pegamos um táxi (táxi no Uruguai é muito barato), fomos até a imigração, depois a ao terminal bancário em Livramento. Não estava funcionando. Fomos até a agência central (isso era domingo) e também não estava funcionando. Encontramos duas moças que disseram que não havia nenhum banco funcionando e que os telefones também não. A cidade estava em pane. E eu também. Não tinha dinheiro para passagem e nem para comer. E o pior é que o Gui só tinha dinheiro para uma passagem e mais alguns trocados. Ficamos sentados dentro do banco esperando que voltasse a funcionar e nada. Acabou que tive que ficar em Livramento, num hotel, comer na rodoviária (que era perto do hotel) e mandar para minha conta. O Gui veio embora para Santa Maria no ônibus da meia noite. Eu tive que ficar até segunda, quando os bancos voltaram a funcionar e pude finalmente retirar dinheiro, comprar passagem, pagar o hotel, a janta e o almoço de segunda. Peguei o ônibus meio dia e meia, um ônibus desconfortável e quente (e ainda tinha uma criança que volta e meia começava a chorar, sentada dois bancos a minha frente), mas finalmente cheguei em Santa Maria, lá pelas cinco e pouco da tarde. E ainda fui na aula à noite. Mas foi tudo muito bom, de qualquer forma. Uma experiência que valeu a pena. E é errando que se aprende, não é? Nunca mais viajo sem uma quantia mínima de dinheiro e nunca mais como algo sem ter certeza do que é.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Novas vidinhas!!!

Meu Feijão, antes de partir para o céu dos felinos (como disse a Pati), deixou três gatas prenhes (gat garanhão, ehehehe). A primeira teve os filhotes esta semana, sendo dois Feijõezinhos (um morreu)... O que ficou é a cara do pai, coisa mais lindinha de se ver, peludinho e gritão,bem pretinho... As outras ainda estão gestantes, mas é pra logo... uma delas está com a barriga quase arrastando no chão, a gente coloca a mãe e os bichinhos pulam dentro da barriga...

Gato Pensa?

Dizem que gato não pensa
Mas é difícil de crer.
Já que ele também não fala
Como é que se vai saber?

A verdade é que o Gatinho,
Quando mija na almofada,
Vai depressa se esconder:
Sabe que fez coisa errada.

E se a comida está quente,
Ele, antes de comer,
Muito calculadamente,
Toca com a pata pra ver.

Só quando a temperatura
Da comida está normal,
Vem ele e come afinal.

E você pode explicar
Como é que ele sabia
Que ela ia esfriar?

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Filosofia e Tecnologia

Os filósofos que me perdoem, não pretendo passar por uma... Mas escrevi o texto abaixo, baseado em algumas coisas que li a respeito, para trabalhar o tema da tecnologia nas aulas de filosofia:

Sobre o uso das tecnologias, a responsabilidade e a criatividade

Entendendo por tecnologia todos os meios e instrumentos que a humanidade desenvolve para facilitar e dinamizar a vida de sua sociedade, podemos afirmar que as culturas humanas sempre desenvolveram tecnologias nos seus processos evolutivos singulares.
Na nossa sociedade ocidental, esse desenvolvimento tecnológico foi ganhando cada vez mais um papel central na vida dos indivíduos, até chegarmos ao ponto atual, no qual, para a maioria de nós, é impossível imaginarmos viver sem as tecnologias. Quem de nós, ocidental, classe média, com idade de 10 a 50 anos, de vida urbana, consegue ficar uma semana, um mês sem celular, computador, microondas, televisão e tantos outros artefatos tecnológicos que orientam nossa vida?
Afirmar que isso nem sempre foi assim é uma obviedade, e entender como chegamos a este ponto é uma tarefa por demais complexa para o presente momento. A criação de novas necessidades, o advento da sociedade do consumo, o papel da mídia, tudo são campos a ser amplamente e longamente explorados para dar uma luz nesta questão. Mas o debate aqui se dará em torno de duas questões: diante de tantas coisas prontas, como é possível ser criativo no uso das tecnologias? E como usá-las de forma responsável, consciente e crítica?

A tecnologia e a criatividade

As inovações estão aí; isto é fato. Cada dia surgem mais e mais novidades; aquilo que foi criado no ontem, hoje já é obsoleto. Mais do que nunca o "Tudo muda, tudo flui" de Heráclito se faz presente, realidade incontestável nos avanços tecnológicos. As tecnologias mudam e nossos hábitos mudam com elas; aceitamos, consumimos e criamos novas formas de viver; os seres humanos criam as tecnologias e as tecnologias modificam os seres humanos. É difícil alguém que discorde disso. E na maioria das vezes, não vemos motivo para não aceitá-las, já que facilitam muito nossos meios de vida.
Contudo, a grande maioria de nós, desconhece as formas como são criadas estas tecnologias, os processos técnicos, principalmente; a maioria se utiliza delas da mesma forma que milhões de outros a fazem, reproduzindo usos e costumes, sem nada criar, sem questionar. Fussler, filósofo tcheco que viveu no Brasil, já afirmava (sobre a fotografia, mas pode ser usada em todas as tecnologias) que para fazermos um uso criativo é necessário conhecermos seu funcionamento, dominarmos sua linguagem, seus procedimentos; só aí estaremos inovando, criando novos usos, sendo mais que meros reprodutores de usos convencionados.
Não que todos devamos ser tecnólogos em informação, especialistas em tecnologias e mídias digitais; o importante é que aprendamos a entender todo o processo, e não aceitar calados o que nos impõem e usar da forma como foi dito por outros e deu. Temos que ir além do que é imposto, temos que entender os processos e linguagens e dar a eles algo além do imposto; só aí é que podemos potencializar nossa energia criativa em toda a tecnologia que nos é imposta. E isso nos leva ao segundo ponto.

Uso crítico e responsável

A tecnologia vem oferecer-se como facilitadora da vida humana, solução para problemas sociais e pessoais, é quase como um novo Messias ou um Oráculo, que tudo sabe e tem todas as respostas. Mas todos nós sabemos que isso não é bem assim... Apesar das boas intenções, quantas foram as tecnologias que fizeram com que se chegassem ao caos que estamos hoje: alta produção de lixo, poluição, armas de destruição em massa, novos vícios (como o vício pela internet), não há como negar ou esconder que boa parte desses problemas são gerados pelo desenvolvimento tecnológico e pelo uso que o ser humano fez dele.
A ganância desmedida, a falta de uso crítico e responsável, a falta de políticas eficazes e reguladoras fez com que chegássemos hoje a um estado em que aquilo que nos facilita a vida, também nos ameaça. Como reverter ou amenizar esta situação?
Em primeiro lugar, voltando ao que foi dito antes, não aceitar o que é imposto como única resposta possível parece ser o primeiro passo. É preciso que aprendamos a questionar, a ter consciência do que usamos, de como usamos e pra que usamos. Esta capacidade crítica depende de muitos meios para se desenvolver. Meios de comunicação comprometidos e responsáveis; políticas públicas que facilitem não só o acesso às tecnologias, mas que ensinem a questioná-las, conhecê-las e usá-las de forma crítica e produtiva.
A tecnologia pode ser usada para diversos fins, sem que com isso prejudique o ambiente a sua volta. Um desses fins é a diversão, tão comum entre os dias. Este meio parece inofensivo, mas se não for questionado e usado de forma responsável, pode se tornar uma das maiores ameaças a própria integridade dos indivíduos. Ou aumento de crimes pela internet e de vícios desenvolvidos por este meio é alarmante e bastante grave. Atinge diversas faixas etárias, mas de uma forma bastante peculiar, crianças e adolescentes. Estes, com maior disponibilidade de tempo livre, ou seja, de horas de acesso, muitas vezes acabam condicionando suas diversões, interatividades e relações pessoais ao uso da internet, uso este, muitas vezes, de forma nada crítico e sem arcar com nenhum tipo de responsabilidade.
Cabe a sociedade, pais, escolas e outros meios ensinar como a tecnologia pode ser usada ao favor de todos. Estes jovens, sozinhos, por mais que tenham a ensinar à sociedade, muitas vezes não encontram espaço para diálogo e orientação. Eles se tornam vítima duas vezes: por um lado, dos próprios meios tecnológicos, que assim como podem informar podem desinformar, alienar e distorcer a realidade, e por outro lado, vítimas de uma sociedade já conformada que não possibilita que a juventude tenha espaço neste diálogo sobre uso responsável e crítico das tecnologias.
A diversão é um hábito saudável, contudo, como qualquer outro hábito, deve ser medida; deve ser mais um meio de desenvolvimento e não uma vivência vazia de significados. Todas as ações humanas devem ser reflexivas; é preciso pensar para agir, é preciso criticar para construir, é preciso se responsabilizar para construir um mundo onde a tecnologia possa ser usada somente a nosso favor, a favor de todos, e não como meio de destruição e submissão.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

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Meio sem inspiração pra escrever nos últimos tempos... infelizmente, inspiração não se fabrica, nem se vende em saquinhos coloridos... é daquelas coisas que vêm e deu... e não está vindo desta vez. Um pouco pode ser cansaço, que não me deixa pensar muito além das coisas que tenho que pensar; e nas vezes que penso, não consigo escrever; ou talvez só algum bloqueio, vai saber...