Repassando o caso que recebi por e-mail. É indignante a situação de nossos povos indígenas e como a lei é ineficaz!!!
Prezados (as) autoridades federais,
Eu, Tonico Benites, vim por meio desta mensagem comunicar a todas autoridades federais que hoje de manhã-sexta-feira, às 10: 20 hs,na estrada pública, em frente da aldeia Pirajui-Paranhos-MS, um homem não-índio com dois revolveres na mão cercou a estrada e mandou parar o meu carro, pedindo me para descer do carro, diante disso, eu falei pra minha esposa que estava junto comigo além da crianças : falei assim pra minha esposa, "é hoje pistoleiro que vai me matar, eu vou descer" falei pra ela, vc desce e pega chave do carro e crianças vai correndo avisar as lideranças da aldeia Pirajui". Ela começou a chorar com as crianças. Abri a porta e desci. O homem começou me pedir documento pessoal e do carro passou me interrogar, entreguei a ele os documentos, ele olhou meu documento e falou: Hãa! vc é o Tonico Benites né!?, o que veio fazer por aqui!, conta? Hoje vamos conversar seriamente!Respondi: "Sim, eu mesmo. Vim visitar a família da esposa e parentadas aqui na aldeia Pirajui e Potrero Guasu". Ele falou : é só isso??,- falei: sim, só isso. Comecei entrar em estado de raiva, medo e desespero, perguntei: O que pretendia fazer comigo e mando de quem? Ele riu e disse: vc é inteligente né? que bom!?. enquanto isso a minha esposa gestante com 7 meses, e as crianças irmazinhas dela começaram a chorar dentro do carro. O homem, ao ouvir o choro, falou me naturalmente: vc tem filhos e esposa ne? vc gosta dela e teus filhos? em! fala? Resposndi: Sim!- Diante disso ele passou me ameaçar com a palavrões: vc vai perder tudo, ela que vc ama e filhos que gostam, vai perder? vai perder carro?? vai perder dinheiro?? tudo vc vai perder?? vc qué perder tudo? vc qué perder tudo? ele repetiu várias vezes essas pergunta: Respondi, não! não! não!, enquanto isso já tinha passado mais de 20 minutos e chuva estava chegando. Vc tem dinheiro?? Passou pedi carteira do bolso e entreguei a ele, hã vc tem sim! e vai começar perder? e pegou tudo que tinha na carteira. Pediu me várias vezes: para não voltar mais para aquela aldeia e região, se vc promete que nunca mais vai volta por aqui vou soltar vc vivo, respondi: sim, sim! .
Ele falou naão estou não sozinho não, somos muitos, aqui estamos só quatros. tá vendo, indicou o matinho. falou me : vc não está fazendo o trabalho que presta, sabia não? se referindo a invasão da terra e pesquisa antropológica. Ele sabe tudo a minha história e trabalho. Ele fala bem língua guarani, depois se apresentou que ele é polícia do Paraguai, a vestimenta dele é similar a traje da Polícia Força Nacional. Me pediu para não contar para autoridade não! so assim me soltaria vivo, e nem levaria o carro, e nem machucaria minha esposa e crianças, prometi que não contaria pra ninguém. Mais ou menos 40 minutos, ele faloume vai embora daqui, nunca mais quero ver vc por aqui . Respondi sim!, se me soltar não voltaria a aquela aldeia. Por último, disse: vou ficar de olho em vc em!
assim liberou, não me machucou fisicamente,mas verbalmente sim, psicologicamente saí traumatizado, tremendo, muito medo. às 10: 45 minuto fui direto à casa da liderança indígena da aldeia Pirajui, contei para ele, a liderança ligou pra delegacia de Polícia Civil em Paranhos, mas ninguém atendeu, achamos que por conta do feriados. Imeditamente, as comunidades de Pirajui se juntaram querendo saber do acontecimento, contei a todos o fato ocorrido, o Otoniel já se encontrava já no interior da aldeia Pirajui e Eliseu já estava em Ypo'i. Minha esposa ficou muito mal, pediu pra retornar a Dourados, por isso pedi a lideranças para me escoltar até cidade Paranhos, que atenderam e escoltaram com várias motos me largaram na cidade em Paranhos-MS, retornei á Dourados, cheguei á Dourados-MS às 20:30, e passei escrever o fato ocorrido comigo hoje.
A liderança da aldeia Pirajui pediu me para retornar segunda -feira para registrar na Policia Civil, mas sozinho não quero voltar pra lá não, preciso fazer algo mais diante disso. O Otoniele e Eliseu se encontram na região de Paranhos-MS.
Att,
Tonico
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