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quinta-feira, 29 de outubro de 2009

A MARGEM DO CORPO

A Margem do Corpo
Análise crítica do documentário de Débora Diniz
Por Letícia de Abreu Gomes e Danielle Moura de Araujo
Abril / 2007.

O tempo torna-se tempo humano na medida em que
está articulado de modo narrativo; em compensação,
a narrativa é significativa na medida em que esboça
os traços da experiência temporal”.

Paul Ricoeuer, apud Fernando Nicolazzi
Revista Anos 90, V11, 2204. PPG História, UFRGS

Ao contrário de muitos trabalhos em que sofremos e procuramos desesperadamente por uma luz, um fio condutor que nos leve a uma problemática consistente e intrigantemente bem articulada, o documentário, A margem do corpo da antropóloga Débora de Diniz, nos coloca em meio a uma trama, com diversas possibilidades de diálogo e interpretações. O primeiro dilema, portanto, será escolher dentre tantas possibilidades de linhas discursivas.
Questões polêmicas e contundentes se apresentam de modo extremamente pulsante em todas as narrativas, mantendo assim uma tensão em todo documentário. Como numa colcha de retalhos o documentário inicia-se com um conjunto de relatos que tentam traçar o perfil da personagem central; Deuseli.
A polifonia de imagens narrativas sobre Deuseli nos remeteu a uma frase celebre de Nietzsche, “eu escuto vozes, elas falam ao mesmo tempo e muitas vezes se contradizem”.
Afinal quem foi Deuseli? Essa mulher morena, morena bem escura, negra, mas uma negra bonita de cabelo assim... Uma mulher normal, mas uma prostituta (ou talvez não), trabalhadora e asseada. Uma mulher que foi estuprada ou teria simulado um estupro, uma louca, ou uma possuída pelo demônio, uma mulher cabisbaixa que falava manso, um monstro que afogou a própria filha. O que faz das Deuselis essas tantas mulheres anônimas do país chamado Brasil, essas tantas Deus-eli, se tornarem um demônio ou ainda como Deuselis, se torna Deuseli, como um acontecimento se transforma em evento?(SAHLINS: )
A partir da narrativa os diversos sujeitos constroem suas própria interpretações para a história de Deuseli. Ou seja, dentro de sua cultura eles legitimam essa história, ao mesmo tempo em que os diferentes narradores tentam buscar sentido (Geertz) para a história de Deuseli, eles mostram como uma história assim já faz parte da própria cultura. Ou seja, explica-se a história porque já se têm noções preconcebidas sobre ela (Sahlins, Ilhas da História), ou seja, mais do que uma história de violência, a história de Deuseli, serve como uma Metáfora Histórica, na medida em que, a partir de suas interpretações do fato, os agentes refletem sua forma de pensar o mundo em que vivem, sua compreensão e colocação dentro de uma estrutura, suas concepções morais, éticas, sociais, seus mitos, suas crenças, ou seja, como os indivíduos organizam seu mundo a partir das categorias oferecidas pelo acontecimento. A história particular de Deuseli, é também coletiva na medida em que envolve parte de uma sociedade, que coletivamente, buscará sentido para ela. Assim, a história de Deuseli deixa de ser mais um acontecimento e se torna evento, se torna história, sendo significativa para um determinado grupo de pessoas, que tem o poder de legitimá-la, através de diversos meios (mídia, justiça, religião, medicina) e para diversos fins de legitimação desse poder.
Polimorfa e ambígua Deuseli é construída na pluralidade discursiva de diferentes sujeitos sociais que tentam cada um a seu modo, expressar sua lógica dominante, fazendo de Deuseli uma espécie de tipo ideal (Weber). Em cada narrativa o nível de dramaticidade é constante no sentido de tentar construir uma Deuseli ideal que justifique as ações dos sujeitos. Na trama discursiva é claramente perceptível o aliciamento da imagem de Deuseli, no sentido de que esta corresponda às ações e atitudes das instituições em que esteve subordinada. Seja no discurso dos amigos, vizinhos, patroa, delegados, médicos, advogados e/ou do padre, Deuseli é um corpo assujeitado, uma arena de debates e disputas ideológicas. As representações sobre Deuseli procuram concretizar a existência de um corpo que como o próprio nome do documentário anuncia, sempre fica a margem; um corpo marginal apagado, inscrito e rescrito em normas e preceitos sociais.
O roteiro do documentário é constituído a partir de diversos discursos que analisam a trajetória de Deuseli em pequenas cidades do Estado de Goiás, Alexânia e Anápolis. Todavia, estes discursos, em todos os momentos, são marcados por tensões, não havendo um consenso nas interpretações da história de Deuseli. Mesmo no primeiro caso de violência, em que a jovem é estuprada, há controvérsias na versão da história. Por alguns, ela vista como prostituta, por outros como vítima, por outros até como uma louca capaz de simular uma farsa. Deuseli pode ser considerada agente de seus próprios atos, seguindo interpretações de Geertz. Todavia talvez, no documentário, a centralidade esteja nos sujeitos que reconstroem a história de Deuseli a partir de suas próprias interpretações e experiências históricas. Os dados coletados pela antropóloga se dão a partir da ligação que os agentes narradores fazem de um fato passado, do qual foram expectadores/ testemunhas, trazendo-o para o presente, onde se tornam atores que reconstroem a história de Deuseli a partir de suas próprias interpretações. O tempo aqui, é tempo-humano, como diz iluminada citação inicial de Paul Ricoeuer, na medida em que os sujeitos realizam uma ligação entre presente e passado, como podemos ver em Sahlins. Todavia, essa reconstrução da história é uma combinação da estrutura na qual ela foi vivenciada (a partir de noções oficializadas e noções de senso comum) bem como permeada pelas perspectivas particulares de diferentes sujeitos e sua capacidade de negociação dentro desta estrutura; dessa forma, a diversidade dessas narrativas geradas a partir de experiências coletivas e particulares, tornam-se, algumas vezes, conflitivas e contraditórias. Nas palavras de Sahlins:

“Agindo a partir de perspectivas diferentes e com poderes sociais diversos para a objetivação de suas interpretações, as pessoas chegam a diferentes conclusões e as sociedades elaboram os consensos cada qual a sua maneira. A comunicação social é um risco tão grande quanto às referências materiais”. (Sahlins,pp. 10 em Ilhas da História)

Desta forma, como nos faz crer Geertz, o importante não é buscar a verdade nos fatos, nem seus significados dentro de uma estrutura, já que o fato faz sentido por si só, dentro de seus limites, temos é que compreender o evento/texto por si mesmo, dotado de significados dentro de um determinado contexto, e tomando os sujeitos como agentes na interpretação desses significados, na medida em que reconstroem o fato, legitimando-o a partir de seu poder de negociação cotidiano. Os significados dos fatos são construídos a partir de interpretações dos sujeitos, dentro de um contexto e de um momento, o aqui e agora, e é isso que talvez seja importante buscar nesse caso, mais do que os significados em si, mas a forma e por quem os fatos são significados. Compreender estas interpretações (os diferentes discursos sobre o fato social) dentro do contexto em que ocorrem é uma das chaves mestras do método etnográfico. Além do mais, o próprio recorte que Débora Diniz realiza no documentário, não é mais que uma interpretação da própria antropóloga sobre determinado fato social. Como coloca Geertz, trabalhamos com interpretações de interpretações, e não com dados concretos e objetivos, podendo o texto etnográfico ser considerado como uma ficção. Talvez a grande preocupação não seja se Deuseli é vítima, é culpada, mas em que contexto, para quem, quando e como ela é significada, o que suas ações, seu corpo, sua história significa para aqueles que de alguma forma participaram, como suas interpretações refletem uma parte da estrutura social e do pensamento dos sujeitos que habitam em Alexânia e Anápolis. E mais, o que significa vítima ou culpada para aqueles que tentam buscar sentido para a história de Deuseli. Não se está aqui buscando, numa relação de causa e efeito, saber a verdade sobre Deuseli, como por exemplo, se o que levou a mãe a matar a filha é fruto de uma possessão como defendem alguns, ou se é patológico, como defendem outros, ou ainda uma combinação de fatores, como a freira levanta a hipótese, mas o importante é encontrar quais as interpretações que aqueles que narram a história fazem para encontrar sentido no evento. Para Sahlins, um acontecimento só se torna evento e, portanto, história, quando significado pela ordem cultural na qual foi inserido. O mesmo se dá com o sujeito histórico: aquele que tem o poder de agir foi, antes, escolhido por uma certa estrutura simbólica de valores e categorias. A cultura, assim, dá inteligibilidade à contingência: ordena-a sem determiná-la. Fornece um leque de possibilidades mas não pode prever o resultado. “Ao infiltrar a ordem maior na rivalidade daquelas pessoas particulares, autorizando-as, em suas individualidades, a encarnar o destino de totalidades sociais, a estrutura abriu-se à contingência” (SAHLINS, pp263). A estrutura reordena, assim, os próprios pilares para a construção de novos edifícios. Sahlins está falando do assassinato de Ratu Raivalita por Ratu Cakobau, mas poderia muito bem estar falando de Deuseli.
Nesta discussão procuremos analisar Deuseli, como metáfora da ação de uma série de jogos de poder e violência que resulta num corpo assujeitado. Não temos como propósito central operar uma relação entre individuo e sociedade, mas as relações de dominação imposta aos indivíduos através das categorias sociais.
As diferentes Deuseli; mulher, amiga, empregada, prostituta, mãe, paciente, católica, réu, vítima e assassina conjugam variedades da intriga, em cada fragmento soa a tomada de posição dos indivíduos no contexto social.

Segundo Sahlins, o ser humano classifica, ordena (e desordena) o mundo a partir de conceitos e categorias analíticas. Todavia, o que podemos perceber no documentário, é que estes conceitos e categorias; todavia seus significados podem variar de acordo com quem o utiliza e do contexto no qual o indivíduo está inserido. Neste documentário, por exemplo, temos as categorias do bom/bem e do mal/ruim, quando os sujeitos narrativos constroem os personagens de Nego Vila e de Deuseli. Algumas vezes, parece mesmo que essas categorias se entrelaçam, como quando o policial define Nego Vila como um cara que estuprou muita gente no presídio, mas ele era 100%. Os códigos morais e éticos (bom comportamento) se confundem com aquilo que a sociedade costuma classificar de mal, no caso, o estupro. O sujeito que constrói a narrativa é passível de contradições. Mesmo assim, ele é um sujeito total, como argumenta Geertz, e não um sujeito fragmentado. Compreender suas diferentes esferas, as diferentes formas que ele busca dar sentido e ordenar sua vida, compreender como estas esferas, mesmo contraditórias, fazem parte de um mesmo sujeito, e algumas vezes mesmo se complementam, faz parte da interpretação que o etnógrafo deve fazer sobre a realidade dada para que possa realizar o fazer etnográfico.
Não é escasso o empenho acadêmico em discutir e analisar as diversas práticas discursivas compreendendo-as como espaço dilemático e de disputas ideológicas.
Em Michel de Foucault temos um dos primeiros grandes intelectuais a conceber o discurso como uma prática histórica. Para Foucault (1985) os discursos trazem em si uma multivocalidade, podendo se relacionar com vários outros e desta forma fazer prevalecer sentidos e valores que correspondem à visão dos indivíduos no espaço social. As coisas ditas trazem em si, um vazio podendo ser redirecionadas e questionadas por elas mesma.
Um mergulho nos discursos dos sujeitos entrevistados sobre Deuseli privilegia a hegemonia não só de um individuo sobre o outro, mas acima de tudo categorias sociais. Seja na relação patroa x empregada, paciente x médico, cliente x advogado, fiel x padre, Deuseli é constantemente destituída de si. De acordo com Foucault, a relação consigo é a relação pela qual o sujeito constitui a si mesmo como sujeito moral, ou seja, a relação pela qual ele aprende a reconhecer e a estabelecer para si, como bons e verdadeiros, certos modos de agir e de ser. (FOUCAULT apud, FISCHER, 2004:142).
Para isto o sujeito precisa se submeter a aprendizagens que estão relacionadas aos valores, regras, interdições sociais do seu tempo, cultura e condição de gênero. Nos discursos dos sujeitos o corpo de Deuseli é um locus de desvalor; mulher, negra, prostituta, que tenta abortar o filho e não consegue. Mesmo quando tentou “cuidar de si” pela via legal do aborto, Deuseli está imersa na violência simbólica institucional.
Ao discorrer sobre a importância do não assujeitamento delegando pela supremacia da individualidade, Foucault observa que a grande dificuldade está nos refinamentos das formas de poder. Estas se expressam na preocupação cínica das instituições com um certo bem-estar físico que preconiza um completo conhecimento do corpo deixando os indivíduos à mercê de um conjunto de saberes fragmentados e especializados cujo objetivo é máxima compressão da parte e subordinação dos indivíduos a uma máquina fragmentária e bem articulada de dominação. Desmascarar a violência obscura que estas instituições comportam é para Foucault uma verdadeira tarefa política.
Evitando a polemicidade de muitas discussões, que segundo o autor nada mais é que a disputa de poder na qual cada parte procura dar prevalência aos seus interesses, Foucault troca o porquê de muitos questionamentos pelo como. Foucault compreende que toda categoria é passível de historicidade assumindo portanto, diferentes significados de acordo com o período e o contexto social. Todavia, como argumenta Sahlins, essa historicidade das categorias é legitimada pelo poder social, ou seja, a capacidade de agenciamento que determinados sujeitos tem dentro de uma estrutura. O significado é arbitrário, sua significação pode mudar de acordo com o espaço/cultura/tempo; todavia, essa arbitrariedade do significado será sempre agenciada pelos sujeitos que dele fazem uso.
As questões levantadas por Foucault e sua reincidida em trocar o porquê das coisas pelo o como, nos mostra que muitas categorias de entendimento forjam uma falsa discussão com o intuito de mascarar questões de maior relevância social. Uma falsa questão levantada por todos os depoentes foi à busca pela verdadeira história de Deuseli. No exercício dos seus papéis sociais e na forja dos seus discursos os sujeitos apresentaram cada um ao seu modo a “verdadeira ficção” dos fatos. Ou seja, mais uma vez retomando as interpretações de Geertz, o que se relata sobre os fatos não é mera ficção ou mentira; é uma forma de ver os fatos que faz sentido, que é verdadeira para algum grupo ou mesmo para um indivíduo particular; uma “verdadeira ficção” na medida em que, talvez enquanto correspondência histórica a narrativa não corresponda totalmente ao fato, mas enquanto narrativa, ela é totalmente legitimada enquanto verdadeira pelo sujeito que narra.
Nestes discursos conflitantes podemos recuperar os conceitos de Experiência Próxima e Experiência Distante de Geertz. Compreendendo Experiência Próxima enquanto um conceito com o qual os agentes (amigos, patroa, Nego Vila, mãe de Nego Vila, policiais) usariam naturalmente e sem esforço para definir aquilo que seus semelhantes vêem, sentem, pensam, imaginam, etc. e que ele próprio entenderia facilmente, se outros o utilizassem da mesma maneira. Ou seja, a experiência de Deuseli enquanto violência é um conceito de Experiência Próxima, na medida em que todos aqueles que reconstituem a história, a apresentam como um caso de violência, indiferente das interpretações que dela fazem. Estes conceitos se constroem a partir da realidade dada e do discurso do senso comum. O modo de realização da narrativa que traduz a experiência próxima se constrói em cima de um modo de falar que seja acessível a todos que compartilham da mesma linguagem.

O conceito de Experiência Distante é aquele elaborado a partir da fala de especialistas- no caso do documentário, médicos, juízes, agentes policiais (em alguns casos como Próxima, noutros como Distante), promotores de justiça, escrivã, psiquiatras, advogada, padre, freira, etc. – utilizam para objetivar o evento ocorrido com Deuseli, para afirmar sua posição científica ou filosófica diante do caso. Neste caso, a Experiência Distante, pode ser utilizada para uma disputa de poder por parte daqueles que são detentores do modo de falar legitimado por uma estrutura, recorrendo de forma um pouco subliminar a Sahlins. Tanto a interpretação científica de patologia quanto a interpretação religiosa de possessão são colocadas nos dois pólos de Experiência Próxima e Distante. Os discursos são constituídos com a mesma linguagem, porém a maneira como esta linguagem é utilizada, ou seja, a fala, é que dará a diferença no significado dos discursos, como podemos ver em Sahlins.

A busca em procurar esclarecer a verdadeira versão dos fatos, deixa claramente expresso as diversas dobras do poder, mostra ainda, uma forma muito particular de violência simbólica legitimamente instituída no Brasil, camuflada sobre a denominação de burocracia.
O corpo de Deuseli quando usurpado por outrem, ou quando objeto de simulação para a satisfação de uma perversão sexual, cai na malha burocrática do estado que tem como papel, a proteção do indivíduo. Retomando Foucault, temos o que ele chama de biopoder o exercício do estado em proteger a vida do cidadão comum. O biopoder trouxe a vida e os seus mecanismos para o domínio dos cálculos explícitos e tornou saber-poder um agente de transformação humana. O homem moderno é um animal cuja política coloca a sua existência como ser vivo em questão. Biopoder coliga-se ao redor de dois pólos distintos no começo da idade clássica. Um pólo é a espécie humana: pela primeira vez na história categorias científicas (espécies, população, fertilidade e assim por diante) ao invés de categorias jurídicas, tornam-se objeto de sistemática e contínua atenção e intervenção política. O outro pólo do biopoder é o corpo humano: o corpo tratado não diretamente na dimensão biológica, mas como um objeto a ser manipulado e controlado.(FOUCAULT apud, RABINOW, 1999:41).
Durante e deslanche da trama observamos o quanto o corpo de Deuseli foi tomado como uma arena de disputas onde as forças institucionais polemizaram, e assim forjam uma falsa questão com intuito de esconder a carência estatal em corresponder às necessidades do individuo comum. A burocracia estatal enquanto ação estagnadora inviabiliza e amordaça qualquer possibilidade de assunção do individuo por ele mesmo.
Observamos que duas cenas centrais no documentário ilustram claramente a ação burocrática e conseqüentemente sua violência. A primeira diz respeito à não realização do exame de corpo de delito, onde o médico ilegalmente solicita uma queixa policial. A segunda cena está relacionada à espera de Deuseli pelo aborto, que de acordo com lei seria uma ação legal.
Estes dois episódios são centrais no documentário, pois são através da falta de comprovação e intervenção dos órgãos responsáveis que uma série de dúvidas e questionamentos são deflagrados. A primeira diz respeito à violência sexual sofrida por Deuseli. De fato Deuseli foi violentada ou simulou um estupro, na negativa da violência sexual, o assassinato de Fernanda, filha de Deuseli de apenas 11 meses foi um segundo episódio, da loucura e ou possessão de Deuseli. Neste caso Deuseli é louca ou possessa. Quando na busca pelo aborto, se houvesse conseguido, Deuseli não teria matado Fernanda. A morte de Fernanda foi um aborto que se tornou assassinato.

3 comentários:

Boris disse...

Onde eu posso conseguir um exemplar deste documentário para assistir?
Adorei tua análise crítica e comentários. Mas fiquei curioso para ver o filminho.
bjos

Leti Abreu e Mimoso disse...

Eu tenho... poderia te emprestar para ti gravar... o problema é nos encontrarmos, eheheh

Iggy disse...

Segundo os jornalistas, existem pelo menos três versões de uma história: a verdade; as versões; e o que realmente aconteceu.

Sobre a linguagem natural, no nosso caso o português, quando eu estudo lógica são visíveis as limitações da linguagem natural para a interpretação. Por exemplo, na frase "Sumiu a cadela da vizinha" é difícil definir qual é o sujeito. Normalmente se usam artifícios, que variam de um idioma para outro, para se conseguir estabelecer uma comunicação clara. Na falta destes artifícios, às vezes cada um acaba entendendo a história do seu jeito...

Quanto ao documentário, http://video.google.com/videoplay?docid=-8237255591895887267