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quinta-feira, 17 de junho de 2010

Sobre Avatar (corrigido)




Finalmente assisti a badalado e multimilionário filme Avatar, do diretor James Cameron. Confesso que toda a mídia em cima, toda a badalação tinham me deixado com um pé atrás para assistir o filme. Contudo, confesso também a maravilhosa surpresa que tive.
Havia ouvido críticos (sempre eles) acusarem que o filme é quase só efeitos especiais, muito pouca história, etc. E este pré-conceito era a imagem que eu tinha sobre o filme.
Claro, muita gente vai no cinema pra ver os efeitos especiais, os tiros, os animais fantásticos; muita gente veste seu óculos 3d (o que não foi meu caso, já que vi na TV normal, em DVD) e a mensagem em si entra por um ouvido e sai pelo outro, porque o que importa são os efeitos; tem gente que leva os filhos que não vão entender quase nada para que este se maravilhem com o mundo fantástico e diferente e não são capazes de fazer um esforço mental de discutir a questão ambiental e social que o filme traz, de forçar a mente dos pequenos; aí está, o problema não é o filme, são as pessoas (e o filme mostra isso).
Avatar mostra a guerra entre a sabedoria e a ganância... O dinheiro tenta passar por cima de todos os valores sociais e morais, usando da violência para subjugar um povo a seu uso, a seus valores estritamente econômicos, não conseguindo enxergar além de seu próprio nariz. É uma denúncia direta à destruição da natureza; e mais, uma metáfora perfeita de como ela reage a nossa ignorância... somos insetos que, incomodando demais, seremos facilmente esmagados. Prova disso são todos os desastres ambientais que vêm ocorrendo cada vez com mais frequência, ou seja, a mãe natureza Eywa, tentando buscar seu equilíbrio frente a nossa destruição desenfreada. Ou aprendemos a cuidar de nossa casa, de nossa mãe criadora, ou ela nos eliminará.
Pra qualquer pessoa com um mínimo de consciência da realidade, é impossível assistir Avatar e não sentir um nó na garganta. Questões a princípio tão distantes, vêm a tona quando percebemos que o filme, que não é tão ficcional assim, a não ser pelos efeitos, é uma metáfora da realidade do mundo. Como não pensar que os Na'vi são os povos atingidos pelo monstruoso projeto da Usina Belo Monte? Que eles são os indígenas e muitas outras populações tradicionais mundiais dizimadas pela ganância e pela busca de riquezas desde o "descobrimento" do Novo Mundo? Como não fazer analogias que se mostram tão claras?
E mais, James mostra quase a evolução da disciplina da Antropologia. O personagem Jake chega "a tribo" como um evolucionista, depois ou ao mesmo tempo, trabalha de espião, aprende tudo sobre aquela tribo. Por fim, ele se envolve e percebe a legitimidade da causa do grupo; ele acaba se tornando "nativo", e isso, a antropologia vêm superando; acho que esamos mais pra Grace ou Norman ou Trudy. E mais, (e isso foi engraçado), Jake lembra a obra de Turner, algo do poder dos fracos, estrutura e anti-estrutura, do forasteiro herói... Enfim, muitas coisas doidas passaram pela cabeça. Mas acima de tudo, recomendar o filme. Esqueçam os efeitos e deixem a mente intelectual agir. Avatar vale a pena!

2 comentários:

Boris disse...

Eu também gostei do Avatar, me falaram muito bem do filme e da questão filosófica abordada no filme. O q me fez gostar muito dele também. E os temas de meio ambiente, realidade e sonho, entre outras discussões q são contemporâneas.
Só não da pra esquecer q não é um documentário, nem um trabalho acadêmico, é uma obra de ficção q se pretende ao entretenimento, mas é um entretenimento q instiga a reflexão e ao exercício de pensar, não só um filme para distrar/perder algumas horas.
Beijos

Diego Soares da Silveira disse...

Letícia, também achei muito legal o filme. Acho que ele passa uma mensagem importante para um público que geralmente não teria contato com esse tipo de problemática se não fosse através deste suporte (filme de ação etc.). É claro que o filme só começa quando termina... Muitas pessoas vão ver o filme como qualquer outro filme de ação, passando por cima das questões socioambientais que o filme aborda, mas acredito que muitos telespectadores vão entender a mensagem do diretor, que, inclusive, esteve por aqui apoiando a causa dos índios que estão se mobilizando contra a construção da Belo Monte... Enfim, gostei da sua postagem. abraços,