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segunda-feira, 18 de abril de 2011

Tudo começa no tapinha

O que ensinamos às crianças, aos filhos quando damos aquele tapinha, aquela chinelada? Disciplina? Diálogo? Não, medo! Ensinamos: não faz isso, se não te bato. Ensinamos que a forma de conseguir o que queremos é através da violência. Sim, um tapinha também é violência. E assim, reproduzimos a violência de nossa sociedade. Por que, às vezes, algumas pessoas dizem não conseguir se conter, e acabam batendo em seus filhos? Porque foram criadas assim. A resposta mais comum é: "meus pais me bateram e não sou uma pessoa ruim por isso". Ruim, não. Mas reprodutora da violência por causa disso, sim. Reprodutora de forma inconsciente. O tapinha pode até não doer na hora, mas vai doer a toda sociedade, legitimando o poder daquele que "manda" através da violência física. Você apanhou, não se tornou uma pessoa ruim, mas se tornou uma pessoa que reproduz a violência nos seus filhos. Seus filhos, talvez reproduzam a violência. Os filhos de seus filhos, e assim por diante. Num desses momentos, numa dificuldade de medir a violência, um deles pode bater na mulher, pode se envolver numa briga de trânsito, numa briga em boate, numa briga na escola. E o que você poderá fazer ou dizer? Se foi com você mesmo que ele aprendeu que é com "um tapinha" (ou mais, quando este não é suficiente) que se resolvem as coisas? Tudo começa com um tapinha. Pense.

Um comentário:

Liz Motta disse...

Mandou bem Leticia, nunca tinha pensado desta forma.
Apesar de não gostar dos métodos tradicionais de correção, sempre achei as pessoas contra o tapinha corretivo mega exageradas e hipócritas; mas a realidade é essa que vc disse. Eu apanhei quando criança e adolescente dos meus pais e o sentimento que tenho muitas vezes é de que eles poderiam ter feito melhor, mas as vezes a correção física significa resultado rápido, contudo gera medo e não o desejado respeito. Quando vejo uma criança apanhando, não me sinto bem, os momentos que senti medo dos meus pais, as pessoas que eu mais amava, a quem eu poderia confiar minha vida, retornam e me dão muita tristeza e medo literalmente, esse sentimento é uma resposta real e física de uma atitude negativa.
Eu sou consciente, não pretendo continuar este ciclo com a ignorância prática do "pra mim funcionou", mas muitos não tem essa consciência, são pessoas violentas e nem sabem porque, muitos outros pensam a violência ser natural do ser humano, rejeitando a idéia de que somos os seres mais inteligentes da terra, negando a si mesmos a possibilidade de evolução.
Vamos realmente repensar, nem sempre o mais fácil é o mais certo, ou melhor quase nunca. Bater ou conversar com amor, dispensar a atenção tão desejada, a maioria das crianças querem isso, e a maioria dos pais não dão, não há tempo pra dispensar atenção aos filhos, outro efeito colateral do capitalismo, vamos repensar.
Na capoeira tem um verso que é assim: "não bata na criança que a criança cresce, quem bate não se lembra quem apanha nunca esquece" é uma musica bem verdadeira, hoje a criança é vulnerável, amanhã é o idoso, que tipo de tratamento queremos daqueles que um dia irão cuidar de nós?