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quarta-feira, 14 de abril de 2010

A Antropologia e o Mercado de Trabalho

Quando digo que sou antropóloga, frequentemente ouço a pergunta ou vejo a cada de "o que é isso"? Pois bem, realmente, as pessoas não tem uma noção clara do que seja ou às vezes não tem noção nenhuma. Isso dificulta a inserção do antropólogo no mercado de trabalho, principalmente naquele fora do mundo acadêmico. Se para o cientista social, o cientista político e o sociólog já têm essa dificuldade, imagine o antropólogo, profissional de uma profissão que quase ninguém sabe dizer o que é, nem mesmo outros profissionais que venham a conviver com ele num ambiente de trabalho, como pude vivenciar no CREAS, na minha curta experiência de trabalho, na qual tinha que explicar toda hora aos meus colegas, a maioria com curso superior, qual era o papel de um antropólogo. Os poucos que sabiam alguma coisa, tinham uma noção vaga, provinda de sua formação universitária, que associava, taxativamente, a antropologia com comunidades tradicionais ou com estudos culturais, sem saber bem o que isso quer dizer.
Desta forma, durante muito tempo o mercado de trabalho fechou os olhos e as portas para a Antropologia. Os antropólogos, convenhamos, muitos fizeram por merecer, na medida em que, mesmo produzindo discursos sobre minorias, ou grupos específicos, poucas vezes davam acesso, com uma linguagem acessível, da produção de conhecimento a esses grupos e aos demais grupos sociais. Na maioria das vezes, a circulação e divulgação do conhecimento era restrita aos ambientes acadêmicos, fazendo uso de uma linguagem tão técnica que se tornada impossível expandir para além desses horizontes. Fugindo da grande mídia (a mass media), muitas vezes por preconceitos enraizados ( me diga, que mal tem em poder dar entrevista no Faustão?), muitos (a maioria) restringia-se ao debate acadêmico, ou seja, entre iguais.
Pois bem, aos poucos se descortina uma presente-futuro no qual os antropólogos estão finalmente dando sua cara à tapa. É cada vez mais frequente a entrevista de antropólogos a jornais impressos, digitais ou televisivos; a abertura de vagas em concursos públicos (em empresas públicas, porque privadas é raro ainda); a consultoria para laudos técnicos em questões de conflito de interesses. Mesmo que os números ainda sejam baixo, muito abaixo do desejado por esta nova geração de antropólogos que cresce a cada ano, que se arrisca mesmo sabendo as dificuldades do mercado, temos que reconhecer que existe um crescimento, se comparado aos últimos anos (e digo isto, mesmo a 7 ou 10 anos atrás). Não é o ideal, mas sem dúvida, um sinal da mudança dos tempos, na qual, tanto no passado quanto no presente, a sociedade e o profissional de antropologia, tiveram sua parcela de culpa, tanto quanto a sua parcela de êxito. Que seja, vamos entrar em todas as portas, mesmo sendo "portas de Alice".

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