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quinta-feira, 29 de abril de 2010

Policiamento e Violência

As ondas de crime e violência com certeza, aumentando ou não, têm ganhado maior visibilidade com a escolha do Brasil para Copa do Mundo e Olimpíadas. A maior cobrança da mídia nacional e internacional, que dá grande atenção ao medo da população, faz com que governos aumentem o número de policiamento e repressão ao crime, organizado e desorganizado.
São ações que visam repreender a violência, mostrar maior ostensividade por parte da segurança pública. Essas ações realmente combatem a violência? Ou elas apenas remediam (ou aparentam remediar) o caos vivido pela sociedade brasileira? Meu questionamento não é inédito e sei que para muitos esse texto pode ser mais do mesmo. A resposta as perguntas, desta forma, são óbvias: respectivamente: não e sim.
O aumento do policiamento, prisões constantes de pequenos traficantes (ou grandes), ladrões de banco ou de galinha, podem até impressionar a população, dando a estes a sensação de ação e de maior segurança. Contudo, a violência continua crescendo; mais e mais adultos e jovens a praticam, entrando cada vez mais cedo para o crime, que se torna um ciclo vicioso, e muitas vezes, a opção de vida mais lucrativa e rápida pra quem cresceu numa comunidade sem oportunidades.
Só há uma forma de realmente combater a violência e esta forma é o trabalho de bases. Não é dar remédio pra doença ("polícia para quem precisa, polícia pára quem precisa de polícia"); e sim, evitá-la. É necessário um combate à pobreza (veja bem, à pobreza, e não aos pobres, como vemos com frequência), incansável, incessante. E esse também não deve ser através de ações remediativas. É necessário mexer com a estrutura: educação, saúde, saneamento, emprego, lazer, distribuição de renda, tudo com qualidade, com disposição e linguagem acessível a todos, principalmente nas comunidades mais carentes, que são aquelas que mais engrossam os presídios brasileiros. Mas só pobre comete crime? Veja bem, rico também comete, e muito, muitas vezes crimes muito mais horrendos, até porque não foram criados com as privações de viver numa favela; contudo, as raras vezes que são presos (se prendesse todos, Brasília, por exemplo, teria que ser transformada numa enorme prisão), ficam presos por pouco tempo, e na maioria das vezes, em cela especial.
Então, além de mexer na estrutura das políticas públicas (serviços sociais) é também urgente humanizar (na prática e não na teoria) o sistema prisional. Que condição tem um ser humano de se recuperar dentro de um presídio super lotado, que reproduz e agrava a violência que este ser humano viveu fora dele, que não tem condições de higiene, alimentação, que não tem programas socioeducativo, que trata pessoas pior do que um animal de rua? Humanizar, recuperar, ampliar espaços, ampliar serviços, fazer com que a pessoa, se sinta no presídio, como um ser humano que errou, mas que pode ter chances de seguir adiante e viver numa sociedade justa, que o aceitará como alguém que pagou pelo seu crime e agora não voltará a cometê-los. Sendo assim, a mudança, como já apontado, deve ser dentro e fora, deve ser de base, deve agir desde o nascimento do João até a velhice da Maria, para assim, ter uma sociedade sem um índice alarmante de violência.

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