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quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Doutor honoris causa: mundo acadêmico x mundo real

Doutor honoris causa: mundo acadêmico x mundo real
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O metalúrgico, que diziam ser analfabeto e ignorante, virou doutor. Luis Inácio Lula da Silva recebeu o título de doutor honoris causa, na última terça-feira (27), concedido pelo Instituto de Estudos Políticos de Paris, um dos mais respeitados centros de ensino e pesquisa no mundo. Fundado em 1871 e ligado à Universidade Sorbone, o Sciences Po, como é conhecido no meio acadêmico, só concedeu este título a 16 personalidades, sendo Lula o primeiro latino-americano.

– Lula recebe título de doutor honoris causa na França
Este é o sétimo título de doutor concedido ao ex-presidente brasileiro, que optou por recebê-los somente depois do término de seu mandato. No plano internacional, Lula já recebeu igual homenagem em Portugal, na Universidade de Coimbra. Diferentemente do que ocorre no Brasil, os grandes centros universitários mundiais têm por hábito acolher políticos que se destacam em seus países, prestando-lhes homenagens, convidando-os para proferir conferências e dar seminários ou, ainda, fazer estágios em suas instituições. Impõem como pré-requisito a competência política e não a formação acadêmica anterior.
No Brasil, as grandes universidades dificilmente acolhem personalidades do mundo político. Pela ordem de concessão, Lula recebeu títulos honoris causa das universidades federais de Viçosa (UFV), da Bahia (UFBA) e de Pernambuco (UFPE) e de mais duas universidades do mesmo estado, a federal rural (UFRPE) e a de Pernambuco (UPE). USP, UNICAMP, UFRJ, UFRGS e UnB, as melhor posicionadas no ranking universitário nacional, raramente recebem políticos sem formação acadêmica, seja para que eles participem de seminários e palestras, seja para que eles recebam homenagens por suas atuações.
A resistência existente nos centros universitários brasileiros melhor conceituados se faz contra os políticos, de modo geral, mas se acerba em relação aos políticos não “ilustrados”. O mundo acadêmico brasileiro tende a considerar que tudo o que vem do mundo prático e da experiência empírica deve ser rejeitado ou, ao menos, visto com ressalvas. A academia, pretendem os acadêmicos brasileiros, principalmente aqueles que se dedicam às áreas das ciências humanas e sociais, deve manter distância crítica do mundo real. Este tipo de “distância crítica” acaba eliminando a possibilidade de um rico diálogo entre os atores da vida social e os intelectuais que a estudam.
Existe, na verdade, um preconceito mútuo. Nem os “militantes” do mundo empírico admiram a academia e acham importante se aproximar dela, nem os acadêmicos universitários valorizam e buscam eliminar as barreiras que os separam do “mundo real”. Reforçam-se, deste modo, as resistências mútuas, o que é uma pena. Um país ainda tão carente como o Brasil não deveria se dar ao luxo de manter apartados os bons políticos e os bons acadêmicos, pois ambos são fundamentais para o projeto de desenvolvimento do país .

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